sábado, 2 de abril de 2016

Caracterizando as Operações Especiais (Parte 2)

Texto adaptado da dissertação de mestrado de Rodney Alfredo Pinto Lisboa.

Organizadas de forma singular, as FOpEsp são compostas por pessoal criteriosamente selecionado e adestrado em aplicações táticas não ortodoxas, que podem ser dirigidas contra objetivos operacionais e/ou estratégicos (podendo ser políticos). Nesse sentido, é fundamental esclarecer que a opção que os Estados fazem pelo emprego de suas FOpEsp em situações sensíveis contra os “fatores de força” do inimigo no intuito de enfraquece-lo, tem o objetivo de atingir alvos que podem extrapolar a esfera tática. Desse modo, as unidades de elite valem-se do conceito de “coeficiente de força” quando, lutando em inferioridade numérica, utilizam das capacidades impares de seus quadros operacionais para explorar as fraquezas do inimigo a fim de obter uma vantagem decisiva.
No desenrolar de uma operação, os ElmOpEsp distinguem-se dos combatentes convencionais não apenas pelas tarefas que desempenham ou pelo contingente reduzido, mas, principalmente, pela forma como os operadores utilizam o conjunto de suas capacidades humanas (físicas; motoras; psicológicas; intelectuais) para enfrentar situações diversificadas (previsíveis ou imprevisíveis), solucionando eventuais problemas com base no trinômio: simplicidade; criatividade; eficiência.

Fotografia 2: Treinamento conjunto entre o 1º BFEsp com o 3º Batalhão do 7º SFG(A) do Exército dos Estados Unidos, em Fort Bragg nos EUA. (Fonte: LISBOA, 2016, p. 24).

Contudo, embora constituam um elemento essencial para que o operador e a equipe possam desempenhar suas tarefas com o nível de competência requerido, as capacidades humanas são apenas um dos inúmeros fatores que podem influenciar na performance individual e coletiva. Além das aptidões humanas, são considerados componentes essenciais para a condução de uma OpEsp: a capacidade de empregar os materiais (equipamentos) e métodos (procedimentos); a habilidade de operar rápida, sigilosa, oportuna e coletivamente (responsabilidade compartilhada) obedecendo o planejamento e a preparação; a faculdade de adaptar-se ao acaso, encontrando soluções adequadas para cada situação específica; a compreensão e obediência da tríade Comando; Controle; Execução da Ação, considerando o tempo (quando), o espaço (onde) e as especificidades do inimigo.  

Referência da Imagem:

LISBOA, Rodney Alfredo Pinto. 1º BFEsp: operações especiais por excelência. Revista Segurança & Defesa, n. 121, 2016, p. 18-25.



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