terça-feira, 28 de março de 2017

As Garras do T.I.G.R.E: Por Dentro da Unidade de Elite da Polícia Civil do Paraná (Parte 2)

Adaptação de artigo publicado por Anderson Subtil na Revista Soldiers RAIDS*.


Fotografia 2: Operadores de uma das Unidades Táticas do Tático Integrado de Grupos de Repressão Especial (TIGRE) da Polícia Civil do Paraná preparam-se para proceder a invasão de um cômodo durante uma simulação de Confronto em Recinto Confinado (Fonte: Disponível em: http://www.policiacivil.pr.gov.br/modules/conteudo/conteudo.php?conteudo=12 Acesso em: 27 mar. 2017). 


O Tático Integrado de Grupos de Repressão Especial (TIGRE), unidade de elite da Polícia Civil do estado do Paraná, encontra-se sediado em uma rua tranquila do tradicional bairro do Portão, zona oeste da capital paranaense. Localizada ao lado da Escola de Polícia, instituição responsável pela formação dos agentes da Polícia Civil do Paraná, a sede da unidade conta com sala de briefing, sala de inteligência, uma central de interceptação telefônica, alojamentos, arsenal, além de uma sala de musculação muito bem equipada. Os policiais do TIGRE podem contar ainda com uma pista de obstáculos, bem como um simulacro de residência onde realizam treinamento de técnicas de Confronto em Recinto Confinado.  
Comandado por um Delegado de Polícia, o TIGRE é composto por um adjunto, responsável pelo trabalho administrativo, e por quase trinta delegados e policiais, organizados em duas “Células”, sendo uma de Apoio e outra de Intervenção Tática. 
A Célula de Apoio é composta por Unidades de Investigação, Inteligência e Logística. Enquanto a Unidade de Investigação conduz investigações de sequestros, e de todos os elementos neles envolvidos, a Unidade de Inteligência se responsabiliza pela coleta, análise e cruzamento das informações, ficando à cargo da Unidade de Logística a administração da sede, a manutenção dos veículos, bem como a tarefa de analisar e promover a constituição de novas equipes.  
Por sua vez, a Célula de Intervenção Tática reúne três Unidades Táticas, com um Delegado e sete Agentes, além de uma Seção de Atiradores de Precisão, composta por três agentes (uma para cada Unidade Tática). Invariavelmente, uma entre as três Unidades Táticas permanece em estado de prontidão no interior da sede, apta a responder à qualquer eventualidade. Estando uma das equipes em estado de prontidão, uma segunda equipe se coloca no segundo nível de prontidão, uma vez que em sendo a unidade chamada a atuar em regiões distantes de Curitiba, será esta segunda equipe àquela que responderá à ocorrência fora da capital.
Adicionalmente às suas tarefas operativas, alguns agentes têm responsabilidades paralelas, desempenhadas com a finalidade de garantir o bom funcionamento da unidade, entre elas: Chefe de Investigação; Chefe de Manutenção; Chefe de Logística; Coordenador de Instruções; Técnico em explosivos; Atendimento Pré Hospitalar; Chefe da Seção de Atiradores de Precisão. É importante destacar que o TIGRE possui pelo menos um agente com formação médica capacitado a lidar com situações de emergências, além de contar com outros policiais com conhecimentos básicos em primeiros socorros.     


Fotografia 3: Operadores do Tigre participam de instrução durante o “Exercício Conjunto Interagências de Enfrentamento ao Terrorismo” realizado em maio de 2016  na sede do Comando de Operações Especiais (COpEsp) do Exército Brasileiro, localizada na cidade de Goiânia-GO. (Fonte: Acervo de Anderson Subtil).

Para ingressar no TIGRE, obrigatoriamente, o candidato deve ser agente ou delegado com prestação de serviços de pelo menos dois anos comprovada. Além disso, deve apresentar autorização de seu chefe ou comandante para participar do curso de formação.
É importante esclarecer que para integrar a unidade o candidato, necessariamente, deve ser aprovado no Curso de Operações Táticas Especiais (COTE), um processo seletivo e de formação totalmente centrado em intervenções táticas de combate urbano. O curso, com duração que pode variar entre 40 e 46 dias, é dividido em três fases distintas: Fase de Endurecimento (constituída por intensas provações físicas e psicológicas, desenvolvida com a finalidade de colocar à prova os limitas das capacidades humanas dos candidatos); Fase Técnica (onde são ministrados ensinamentos inerentes às técnicas de tiro tático, entradas dinâmicas, combate em ambiente urbano, progressão sob fogo, combate corpo a corpo, natação operacional, medicina de combate, e emprego de artefatos explosivos); Fase de Missão (nesta última etapa da preparação os alunos são instados a aplicar todo o conhecimento assimilado nas fases anteriores em diferentes exercícios e simulações de combate.


Continua...


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