quinta-feira, 27 de abril de 2017

A Face "Verde" da Batalha: Engajamento das Equipes SEAL na Região do Delta do Rio Mekong Durante a Guerra do Vietnã. (Parte Final)

Adaptação de artigo publicado por Rodney Alfredo Pinto Lisboa na Revista Marítima Brasileira, v. 133, n. 10/12, out./dez. 2013, p. 161-172.

Fotografia 6: Destacamento SEAL desdobrado para operar com a Força-Tarefa 116 (Tssk Force 116 [TF-116]) passando por inspeção pré-operacional pelo então Secretário da Marinha norte-americana. (Fonte: MACDONALD, 1990, p. 60).

Em 1966 a demanda de missões para as quais os SEALs eram requeridos aumentou consideravelmente, levando a Marinha dos EUA a aparelhar as equipes SEAL com uma Equipe de Apoio Móvel (Mobile Support Team [MST]), uma Unidade de Apoio à Embarcações (Boat Support Unit [BSU]) e helicópteros de escolta Bell UH-1B “Seawolf”. O suporte obtido com a adição desses recursos, que somados aos pelotões desdobrados em território vietnamita ficaram conhecidos como “Pacote SEAL” (SEAL Package), mostrou-se de imensa valia para ambas equipes SEAL, uma vez que elas necessitavam de uma rápida e eficiente capacidade de deslocamento para compensar a familiaridade das tropas Vietcongues com as condições adversas de mobilidade por terra.
No decorrer de 1968, os pelotões da Equipe SEAL (SEAL Team-1 [ST-1]) enfrentaram tropas Vietcongues na região de Rung Sat, reduzindo drasticamente a atividade das milícias sul-vietnamitas nas proximidades de Saigon (capital do Vietnã do Sul). O resultados das operações conduzidas pelos SEALs era tão restritivo à iniciativa da causa Vietcongue, que recompensas em dinheiro eram oferecidas para qualquer miliciano que eliminasse um operador SEAL.  
A partir de 1970, em virtude do processo de “vietnamização” proposto pelo então presidente Richard Nixon no decorrer do mesmo ano, o número de missões atribuídas às equipes SEAL começou a diminuir sensivelmente. Neste período, as operações conduzidas pelos SEALs passaram a se concentrar em ações envolvendo o resgate de prisioneiros de guerra. Sobre esse aspecto, é importante destacar o ataque ao campo de prisioneiros realizado em 22 de novembro de 1970, quando tomando por referência dados de inteligência previamente coletados, 15 operadores SEAL e 19 integrantes da Lien Doi Nguoi Nhia (LDNN [unidade LDNN que opera de forma equivalente aos SEALs]) realizaram uma ação conjunta para libertar 48 militares mantidos em cativeiro em um campo de prisioneiros.

Fotografia 7: Componente do denominado “Pacote SEAL” (SEAL Package), helicóptero Bell UH-1B “Seawolf” sobrevoa curso de rio prestando apoio aéreo para uma formação de Barcos Patrulha Fluvial (Patrol Boat River [PBR]) que realizam navegação operacional na região do Delta do Rio Mekong. (Fonte: Disponível em: http://www.militaryphotos.net/forums/showthread.php?155489-Vietnam-War-Aviation-USN-CSAR-helicopters  Acesso em: 26 abr. 2017.

Conforme estimativas apresentadas pelo departamento da Marinha dos EUA, nos enfrentamentos em que se envolveram com os SEALs, 580 vietcongues tiveram morte confirmada e cerca de 300 tiveram morte provável. Por sua vez, as equipes SEAL totalizaram um total de 46 mortes nas campanhas em que atuaram no Vietnã.
Por conta do processo de vietnamização as FFAA norte-americanas começaram a se retirar gradativamente do Vietnã, sendo que os SEALs deixaram o país definitivamente em março de 1973. Dois anos depois, estando o Exército sul-vietnamita fragilizado em virtude da extrema dependência do apoio militar ofertado pelos EUA, país cujo governo atravessava profunda crise política por ocasião da renúncia do presidente Nixon em agosto de 1974, coube às forças do Vietnã do Norte organizar uma série de ações que culminaram com a desocupação forçada e caótica da embaixada norte-americana em Saigon e a rendição das forças sul-vietnamitas em abril de 1975.
Pelos serviços prestados no decorrer do conflito travado no Vietnã, as equipes SEAL receberam inúmeras condecorações. Para ter uma noção do comprometimento que os SEALs demonstraram no cumprimento do dever, a ST-1 foi agraciada com duas Citações Presidenciais de Unidade (Presidential Unit Citation), uma Comenda da Marinha de Unidade (Navy Unit Commendation) e uma Comenda de Mérito de Unidade (Meritorious Unit Comandation). Individualmente, os operadores da ST-1 foram laureados com as seguintes distinções: uma Medalha de Honra (Medal of Honor), duas Cruzes de Marinha (Navy Cross), 42 Estrelas de Prata (Silver Star), 402 Estrelas de Bronze (Bronze Star), duas Legiões do Mérito (Legion of Merit), 352 Medalhas de Comenda da Marinha (Navy Commendation Medal) e 51 Medalhas da Marinha por Realização (Navy Achievement Medal).

Referência de Imagem:

MACDONALD, Peter. US Special Forces. Fighting Elites. New York-NY: Gallery Books, 1990, p. 61.


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Um comentário:

  1. Seals sempre foram muito atuantes nos cenários de conflitos aos quais os EEUU se envolveram. No Brasil temos os MeC (Mergulhadores de Combate) que buscam essa doutrina, porém nunca se envolveram sequer numa Operação de GLO como houve na Maré, ficando sempre às sombras dos ComAnf, porém utilizam como ninguém a grande rede para assim figurar como OpEsp.

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