terça-feira, 27 de junho de 2017

Arquivo Histórico FOpEsp nº 3: FOES nas selvas da zona do Vale do Rio Apurimac e Ene (2011)

Texto e arte elaborados por Anderson Subtil*.


Forças de Operações Especiais (FOES) da Marinha de Guerra do Perú
Fuerzas de Operaciones Especiales de la Marina de Guerra del Perú


Operando como Mergulhadores de Combate (MECs) da Marinha de Guerra do Perú (MGP), as Forças de Operações Especiais (Fuerzas de Operaciones Especiales [FOES]) são, sem dúvida, a mais bem preparada entre as muitas unidades militares de elite locais. Seus primórdios remontam a ano de 1968, quando surgiram os Grupos de Demolição Submarina (Grupos de Demolición Submarina [GRUDES]), tendo seus primeiros integrantes treinado com os SEALs da Marinha norte-americana e com os Buzos Tacticos da Marinha argentina.
Veteranos das duras lutas contra os terroristas do Sendero Luminoso e do Movimiento Revolucionário Túpac Amaru (MRTA), seus operadores também se bateram contra os equatorianos durante o Conflito do Cenepa e tomaram parte da exitosa Operación Chavín de Huántar, o resgate dos reféns do MRTA na residência do embaixador japonês em Lima, em abril de 1997. Atualmente, encontram-se bastante ativos nas inóspitas selvas da zona do Vale dos Rios Apurímac e Ene, (VRAE), combatendo os remanescentes do Sendero Luminoso, agora aliados dos narcotraficantes da região.  
O Comando de Operações Especiais (Comandancia de Operaciones Especiales [COMFOES]) é uma das cinco forças operacionais da MGP e está sediada em Lima, na base aeronaval de El Callao, sendo responsável por quatro Grupos de Operações Especiais (Grupos de Operaciones Especiales [GOE]): GOE-Centro (El Callao), GOE-Norte (Tumbes), (GOE-Nororiente (Iquitos) e GOE-Sur (Arequipa). Alem dos GOE, existem destacamentos operacionais nos Andes peruanos (Lago Titicaca) e na zona do VRAE. Na estrutura organizacional da COMFOES existe ainda a Unidade de Desativação de Explosivos (Unidad de Desativación de Explosivos [UDE]), o Grupo de Salvamento (Grupo de Salvataje [GRUSAL]), bem como a Escola de Operações Especiais (Escuela de Operaciones Especiales).


Operador do destacamento operacional das FOES da Marinha de Guerra peruana atuando em uma missão de contra-insurgência na zona dos rios Apurimac e Ene (VRAE) no decorrer de 2011. (Ilustração: Anderson Subtil, para a seção "Arquivo Histórico FOpEsp").

Como é comum dentro das forças peruanas, este operador FOES, engajado em uma das inúmeras operações de contra-insurgência e contra o narcotráfico no VRAE, está vestido e equipado com uma série de itens de origem estrangeira, a começar por seu uniforme camuflado com o padrão pixerizado MARPAT (Marine Pattern), o mesmo padrão usado pelo Corpo de Fuzileiros Navais dos EUA (U.S. Marines Corp [USMC]). Por sua vez, lenço que lhe cobre a cabeça, estampa o antigo padrão Woodland (Folhagem), igualmente de origem americana. Os coturnos, provavelmente o único item local da indumentária, são do tipo convencional, trazendo, no entanto, um solado de borracha similar aos das Botas Tropicais de Combate (Tropical Combat Boots) dos anos 80. Quanto ao equipamento individual, se resume aos mesmos suspensórios táticos usados pela infantaria israelense, com suas inúmeras bolsas de variados tamanhos e utilizações. Sua arma é um moderno fuzil de assalto “bullpup”  FN Herstal F-2000, no calibre 5,56mm OTAN.


Materiais utilizados na confecção da ilustração: A técnica utilizada para o desenho do operador é mista, sendo empregado lápis de cor, aquarela, rotuladores e canetas coloridas, aplicados sobre papel triplex 180. As insígnias da Marinha de Guerra peruana e do Comando de Forças de Operações Especiais da respectiva força foram incorporados ao desenho por Computação Gráfica (tratamento em Photoshop e PowerPoint).



* Anderson Subtil é natural de Curitiba-PR, onde estudou na Escola de Música e Belas-artes do Paraná. Trabalha como Artista Gráfico, Arte Finalista e Produtor Gráfico, tanto no mercado editorial quanto na indústria gráfica. Atua, paralelamente, como pesquisador autodidata de assuntos militares e de Defesa, com especial interesse na história da Segunda Guerra Mundial, tropas de relevância histórica e unidades especiais. Compõe o grupo de colaboradores das revistas Tecnologia e Defesa e Tecnologia e Defesa  Segurança, respondendo ainda pela correspondência da afamada revista Espanhola Soldiers RAIDS no Brasil. 





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