Batalhão de Operações Policiais Especiais (BOPE) da PMRJ
No início da tarde de 12 de junho do ano
2000, Sandro Barbosa do Nascimento se apoderou do ônibus do transporte coletivo
da cidade do Rio de Janeiro que fazia a linha 174 (Central do Brasil até a
Gávea). Vários ocupantes do veículo conseguiram escapar, mas onze passageiros
foram tomados como reféns. Um dos momentos de maior tensão ocorreu quando o
sequestrador enrolou um lençol na cabeça da refém Janaína Neves e simulou
disparar contra sua cabeça, ameaçando depois que iria matar outras pessoas. Não
obstante a libertação de dois dos sequestrados, as negociações seguiram
conturbadas, mesmo porque uma rápida solução com tiro de precisão acabou
descartada pelas autoridades governamentais. Após horas de tensão,
Sandro decidiu abandonar o ônibus, usando uma das reféns, a professora Geísa
Firmo Gonçalves como escudo. Logo na porta, um policial do Batalhão de
Operações Policiais Especiais (BOPE) da Polícia Militar do estado do Rio de
Janeiro (PMRJ) tentou alveja-lo com um disparo de submetralhadora, mas acabou
atingindo de raspão o queixo da professora Geísa. A reação de Sandro foi
abaixar-se e disparar três vezes a queima roupa contra as costas da refém,
matando-a. Depois de dominado, o próprio sequestrador acabou morto por asfixia
na viatura policial que o retirou do local.
O sequestro do ônibus 174, além de ter sido
um dos episódios mais marcantes da crônica policial carioca, também demonstrou
que a tropa de elite da PMRJ não dispunha de treinamento necessário para agir
naquele tipo de situação. Como resultado de tal constatação, ainda naquele ano,
o BOPE começou a dar forma a Unidade de Intervenção Tática (UIT), especialmente
organizada e adestrada para intervir em situações que envolvem reféns. A expertise acumulada no decorrer de inúmeras ocorrências desde o fatídico evento com o ônibus 174, tornaram o BOPE da PMRJ uma referência nacional e internacional em procedimentos de progressão em áreas de alto risco.
Para situações desta ordem a UIT encontra-se estruturada como uma das companhias do BOPE, sendo
comandada por um Capitão e reunindo cerca de 75 militares, organizados em uma
Equipe de Negociadores, uma muito bem treinada Equipe de Atiradores, formada
por snipers policiais altamente
capacitados, e um Grupo de Resgate e Retomada (GRR), constituído por quatro
times táticos, cada um com oito policiais preparados para intervenções de alto
risco. A UIT esteve presente nos esquemas de segurança dos grandes eventos realizados em território brasileiro desde os Jogos Mundiais Militares em 2011, a saber: na Jornada Mundial da Juventude em 2013; na Copa das Confederações 2013; na Copa do Mundo FIFA em 2014; além dos Jogos Olímpicos e Paralímpicos em 2016.
Este graduado do GRR está vestido com o Army Combat Uniform (ACU) na cor preta, comum a todos os quadros operacionais do BOPE, sobre o qual utiliza um colete a prova de balas Nível III e uma veste tática tipo MOLLE (Modular Light-weight Load-Carrying Equipment, ou Sistema Modular de Transporte Leve), com fixações, entre outras coisas, para munição 5,56mm e seu equipamento de comunicação. Sobre o cinto de lona pendem uma bolsa para a máscara contra gases e um coldre tático para a pistola, ambos presos às pernas por correias de lona. O restante do equipamento individual inclui luvas próprias para ações táticas, balaclava e capacete balístico tipo RBR Mach III. Seu armamento compreende uma pistola Taurus PT-100 no calibre policial .40 S&W e a arma longa preferida da UIT, a carabina norte-americana Colt M4 Commando, que dispara projeteis calibre 5,56mm OTAN, neste caso equipado com um visor holográfico EOTech 552 montado em um adaptador sobre a alça de transporte.
Materiais utilizados na confecção
da ilustração: A técnica utilizada para o desenho
do operador utiliza canetas esferográficas e aquarela líquida preta,
posteriormente colorido em computação gráfica (tratamento em CorelDraw).
* Anderson Subtil é natural de Curitiba-PR, onde estudou na Escola de Música e Belas-artes do Paraná. Trabalha como Artista Gráfico, Arte Finalista e Produtor Gráfico, tanto no mercado editorial quanto na indústria gráfica. Atua, paralelamente, como pesquisador autodidata de assuntos militares e de Defesa, com especial interesse na história da Segunda Guerra Mundial, tropas de relevância histórica e unidades especiais. Compõe o grupo de colaboradores das revistas Tecnologia e Defesa e Tecnologia e Defesa Segurança, respondendo ainda pela correspondência da afamada revista Espanhola Soldiers RAIDS no Brasil.
* Anderson Subtil é natural de Curitiba-PR, onde estudou na Escola de Música e Belas-artes do Paraná. Trabalha como Artista Gráfico, Arte Finalista e Produtor Gráfico, tanto no mercado editorial quanto na indústria gráfica. Atua, paralelamente, como pesquisador autodidata de assuntos militares e de Defesa, com especial interesse na história da Segunda Guerra Mundial, tropas de relevância histórica e unidades especiais. Compõe o grupo de colaboradores das revistas Tecnologia e Defesa e Tecnologia e Defesa Segurança, respondendo ainda pela correspondência da afamada revista Espanhola Soldiers RAIDS no Brasil.
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