Fotografia 4: Cerimônia de formatura do Destacamento de Forças Especiais (DFEsp) na sede da Colina Longa, Vila Militar-RJ. (Fonte: Acervo do CopEsp). |
O batismo de fogo do Destacamento de Forças
Especiais (DFEsp) do Exército Brasileiro (EB) ocorreria nos anos iniciais da
década de 1970, em um período conturbado da história brasileira, quando as
Forças de Defesa do país travaram uma incessante luta doméstica engajando-se
nas ação de contraguerrilha levadas a efeito, sobretudo, contra o foco de
guerrilha rural localizado na região de fronteira entre os estados de Goiás e
Pará. A sucessão de operações realizadas por ocasião das ações de enfrentamento
contra a autodenominada Força de Guerrilha do Araguaia (FOGUERA) entre 1972 e
1974 contribuiu substancialmente para que as doutrinas e procedimentos
considerados para o combate de adversidades dessa natureza fossem colocados à
prova, promovendo a aquisição de uma expertise autóctone que foi incorporada ao
portfólio das Operações Especiais (OpEsp) executadas pelas unidades militares
de elite do EB. As ações conduzidas pelo DFEsp na região amazônica próxima aos
municípios de Marabá, São Geraldo do Araguaia (ambas situadas no Pará) e
Xambioá (Goiás), colaborou de forma decisiva para coibir a iniciativa de
implementar no Brasil uma revolução socialista nos moldes das revoluções
chinesa (1946-1949) e cubana (1953-1959).
Paralelamente ao esforço empreendido no confronto
ao movimento guerrilheiro, quadros operacionais do DFEsp contribuíram para a
criação de importantes núcleos de formação, como o Curso de Comandos ministrado
pelo Centro de Operações na Selva e Ações de Comandos (COSAC [Atual Centro de
Instrução de Guerra na Selva [CIGS]), localizado em Manaus-AM, e o Curso de
Montanhismo ofertado pelo 11º
Batalhão de Infantaria de Montanha (11º
BIMth), situado em São João Del Rey-MG.
Especificamente
no que se refere ao Curso de Comandos, é importante destacar que sua
instituição no COSAC ocorreu como consequência direta da presença de movimentos
guerrilheiros na selva amazônica e da necessidade de se empreender operações
militares nesse tipo de ambiente. O currículo desse curso inovou ao incluir em
sua grade de disciplinas um período de estágio em ambiente de caatinga. No
final dos anos 1970, alterações na estrutura de ensino fizeram com que o Curso
de Comandos fosse novamente ministrado de forma exclusiva pelo Centro de Instrução Paraquedista General Penha Brasil (CIPQDTGPB) vinculado a Brigada de Infantaria Paraquedista (BdaInfPqdt).
Por sua vez, o
Curso de Montanhismo teve sua gênese a partir da prática de montanhismo militar
realizada no Curso de Operações especiais ministrado pelo CIEspAet (Centro de Instrução
Especializada Aeroterrestre [atual CIPQDTGPB]), localizado no Rio de Janeiro-RJ. Na década de 1970, o
Curso de Comandos oferecido pelo CIPQDTGPB incorporou em seu currículo uma fase
de operações de montanha. Em 1979, o DFEsp foi convidado pelo então comandante
do 11º BIMth para prover o reconhecimento da área daquela
unidade e a preparação dos diferentes locais onde ocorreriam as instruções do
futuro Campo-Escola
de Montanhismo (CEMonta), antecessor dos atuais Cursos de Montanhismo ofertados
tanto para as tropas do EB, quanto para as demais Forças Singulares e
Auxiliares.
Fotografia 5: Instrução ministrada durante o Curso de Ações de Comandos ministrado pelo Centro de Operações na Selva e Ações de Comandos (COSAC). (Fonte: Acervo do Copesp). |
Entre o final da década de 1970 e o início da
década de 1980, as autoridades militares brasileiras preocupavam-se com a crescente
atividade comunista na região do Caribe. Localizado na região fronteiriça com o
Brasil, o Suriname era percebido como eventual ameaça à segurança nacional por
estreitar relações com governos latino-americanos de orientação socialista. Por
decisão do governo do presidente João Baptista Figueiredo (1979-1985) a solução
pragmática encontrada para solucionar essa questão ocorreu com o envio de uma
missão diplomática (Missão Venturini [liderada pelo Ministro do Gabinete
Militar General-de-Brigada Danilo Venturini]) ao país vizinho com o intuito de
persuadir as autoridades surinamenses a se afastar da influência socialista. O caráter
sensível da missão diplomática requeria o emprego de uma tropa qualificada e em
condições de resgatar seus integrantes em caso de necessidade. Como o EB não
dispunha de uma tropa com capacidade para operar em regiões longínquas e com
recursos de direção e apoio reduzidos, optou-se por engajar o Para-SAR da Força
Aérea Brasileira (FAB) para cumprir essa tarefa. Esse episódio evidenciou a
necessidade do EB dispor de uma tropa com tais características, levando o
General-de-Exército Walter Pires de Carvalho e Albuquerque, então Ministro da
Guerra, a determinar a realização de um estudo visando a criação de uma unidade
com tais requisitos capaz de operar no exterior. Conduzido pelo Coronel Edwar
Cavalcante Leite (Estado-Maior do Exército [EME]), assessorado pelo Capitão Rui
Monarca da Silveira (Comandante do DFEsp), o trabalho desenvolvido culminou com
a criação do 1ºBatalhão de Forças
Especiais (1º BFEsp) em agosto de 1983.
Como as dependências do CIPQDTGPB não teria condições de alocar o efetivo de um
batalhão, a recém-criada Organização Militar (OM) foi transferida da sede da Brigada
de Infantaria Paraquedista (BdaInfPqdt) para o Forte do Camboatá, região de
Deodoro, no Rio de Janeiro-RJ.
Fotografia 6: Solenidade de instalação do 1º Batalhão de Forças BFEsp nas dependências do Forte do Camboatá, Rio de Janeiro-RJ. (Fornte: Acervo do COpEsp). |
A transferência para o Forte do Camboatá
representou um divisor de águas para as OpEsp do EB, uma vez que a OM encontravam-se
doutrinariamente enquadradas no EB passando a ter maior demanda por missões com
características distintas daquelas executadas pela BdaInfPqdt. Entretanto, o 1º BFEsp permaneceu vinculado à BdaInfPqdt como
unidade subordinada, sendo organizado em uma estrutura de Comando e
Estado-Maior, uma Companhia de Comando e Serviços (CCSv), uma
Companhia de Forças Especiais (Cia FEsp) e uma Companhia de Ações de Comandos
(CAC). Esssa estrutura organizacional permaneceria até 1989, quando a unidade
passou a contar com uma Companhia de Comando e Serviços, duas Companhias de
Forças Especiais (1ª e a 2ª CiaFEsp), cada uma enquadrando um Destacamento de
Coordenação e Controle (DCooCt) e quatro DOFEsp, além de uma Companhia de Ações
de Comandos, com uma Seção de Comando (SeçCmdo) e quatro Destacamentos de Ações
de Comandos (DAC). Nesse mesmo ano o 1º BFEsp assumiria a responsabilidade de
administrar os Cursos de Ações de Comandos e de Forças Especiais.
Fotografia 7: Acesso principal do 1º Batalhão de Forças Especiais (1º BFEsp) no Forte do Camboatá, Rio de Janeiro-RJ. (Fornte: Acervo do COpEsp). |
Excelente histórico. Parabéns.
ResponderExcluirMUITO BOA ESTA UNIDADE ,TIVE A HONRA DE ATUAR COM ELES EM UM EXERCICIO DE SUOPS DA 9ª BDA DE INF
ResponderExcluirExcelente material.
ResponderExcluirExcelente! TGHOpEps
ResponderExcluirCaveira!!!
Eu faço parte dessa história,��️☠️��️☠️
ResponderExcluirEXCELENTE 💀
ResponderExcluirNa SELVA montanha cabeça de rios,caatinga,e a nata da tropa do EB. EXTENSÃO da tropa extraterrestre. BRASIL!
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