Texto elaborado por Laio
GIORDANNI Evangelista Melo*.
Na atualidade, em pleno século XXI, as
Operações Especiais (OpEsp) tomam cursos de formação cada vez mais importantes
e dinâmicos, devido, principalmente, a um conjunto de fatores: ao ser humano extremamente
mutável e violento; a um espaço físico cada vez mais disputado e globalizado;
às politicas de governo vigentes. Logo, as OpEsp que já existiam desde a
Antiguidade, tornam-se cada vez mais comuns e necessárias, produzindo operações
valorosas e conhecidas tanto em cenários civis, quanto militares.
São inúmeros os exemplos das operações que
refletem o valor, a perícia e a importância dos seus feitos, entre as quais citaremos
apenas alguns breves e conhecidos exemplos: Operação Thunderbolt Entebbe
(retomada de aeronave em Uganda, 1976); Operação Nimrod (retomada de reféns mantidos em cativeiro na Embaixada Iraniana
em Londres, 1980); Operação Red Wing,
(combate entre guerrilheiros afegãos e uma patrulha de Reconhecimento dos SEALs
da Marinha norte-americana, 2005), Operação de ocupação do Complexo de Favelas
do Alemão visando a captura de traficantes no Rio de Janeiro, 2010); Operação Neptune Spear objetivando a eliminação
de Osama Bin Laden, 2001); entre diversas outras.
Desta feita, as OpEsp, bem como seus
operadores, são comumente alvos de inspiração e suas façanhas os tornam heróis
reais. Contudo, tais ações e feitos possuem diversas consequências a serem
estudadas, e neste momento buscaremos analisá-las por uma perspectiva
específica: a essência do que de fato venha a ser o “sentir” as OpEsp, e o que isso
representa, sobretudo, para os operadores que as executam.
O fato das OpEsp estarem na “moda” – como é
possível notar em filmes, livros, jornais, revistas, vídeos, documentários,
seriados, etc; bem como a admiração demonstrada por jovens que buscam nas OpEsp
acrescentar ação e aventura em suas carreiras militares e/ou policiais; ou
ainda o entusiasmo manifestado por leigos, simpatizantes dos princípios,
doutrinas, equipamentos, armamentos, vestimentas, comportamentos, técnicas e
táticas peculiares às OpEsp – , não deve incidir em uma percepção superficial
da atividade, de maneira a permitir que tais ações sejam vistas e absorvidas
apenas para alimentar propósitos momentâneos e individualistas que possibilitam
ao operador desenvolver um comportamento e conduta inapropriados com a natureza
das OpEsp, tais como: egocentrismo, narcisismo, vaidade, onipotência,
onisciência, onipresença, esquecimento dos princípios éticos e morais basilares
das OpEsp.
Fotografia 2: Equipe do GATE da PMPB tomam parte em uma ocorrência envolvendo o resgate de reféns em uma agência dos Correios localizada na capital João Pessoa. (Fonte: Acervo do GATE da PMPB).
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O homem de OpEsp é importante e valoroso, não
apenas pelo que ele pode e é capacitado a fazer, mas também pelo que ele
representa, pelo que ele inspira. Deve ser repleto de humildade, patriotismo,
compromisso, motivação, força, perseverança e liderança. E é importante frisar
que liderar não é a mesma coisa que chefiar. Homens de OpEsp devem ser
liderados, jamais chefiados! O homem de OpEsp deve ser sempre uma referência,
um exemplo para outras pessoas e, ainda mais, para os demais operadores (os
quais podem ainda não ser tão capacitados e preparados quanto ele).
O homem de OpEsp representa um passado de
feitos históricos e heroicos, representa homens que viveram e morreram por
servir a ideais e propósitos maiores do que eles. Ostentar uma manicaca (patche
de braço) e/ou um brevê de OpEsp e saber que você se comprometeu a fazer o
mesmo diuturnamente, representa um futuro de expectativas, de esperança e
evolução na defesa dos “oprimidos, indefesos e escravizados”.
O “ser” OpEsp é muito mais que tirar fotos de
braço cruzados (talvez, denotando estar fechado) e ou olhando por cima (talvez,
denotando soberba e arrogância), é muito mais do que ostentar uma caveira, um
tridente, uma águia ou uma adaga num uniforme diferenciado, é muito mais do que
ter acesso a conhecimentos e informações sigilosas/confidenciais, é muito mais
do que participar de operações extremamente complexas, valorosas e perigosas. O
“ser” OpEsp é saber o valor de tudo isso em essência, é viver constantemente
seus princípios, é proporcionar a manutenção e a evolução da doutrina, é estar
disposto a se sacrificar (em todos os sentidos) pela sua nação, é operar com o
coração (não com o bolso), é instruir e esclarecer o leigo, é, também, como
salientado por Eric L. Haney (autor do livro “Força Delta: por dentro da tropa
antiterrorista americana”):
Operações Especiais são como ferro em brasa que marca a alma, e depois, faz com que vejamos o mundo para sempre por meio de um conjunto singular de filtros mentais. Quanto mais profunda e intensa é a experiência, mais quente é o metal e mais profunda a marca do indivíduo.
Ser OpEsp... é ouvir, chorar, e sorrir ao lado de seu "irmão Comandos".
Figura 1: Insígnia do Grupamento de Ações Táticas Especiais (GATE) da Polícia Militar da Paraíba. (Fonte: Acervo do GATE da PMPB). |
* O 1º Tenente GIORDANNI pertence ao Quadro de Oficiais Combatentes
da Polícia Militar da Paraíba (PMPB), ingressou nas fileiras em fevereiro de 2006 e em
2008 formou-se bacharel em Segurança Pública pela Academia Militar do Cabo
Branco – PB. Logo em seguida exerceu atividade de oficial de operações na Tropa
de Choque da PMPB até o ano de 2011, no início de 2012 concluiu o Curso de
Ações Táticas Especiais daquela força integrando o Grupamento de Ações Táticas
Especiais da PMPB até os dias atuais. Em 2015 concluiu o Curso de Operações
Especiais na PMMG. Exerce atualmente a função de Comandante da Equipe de
Atiradores Policiais de Precisão desta tropa especial. Concluiu, ainda,
diversos cursos operacionais na área de segurança.
Obg pela oportunidade Professor Rodney, meu irmão!Poder contribuir com as OpEsp é uma grande honra para mim e minha unidade! Glória a Deus!
ResponderExcluirCAVEIRAAAAAAAAAAAAAAAAAA!!!!!!!!
Parabéns pela iniciativa e pelo texto. Que prospere a boa prática. Lembrar que alcançamos em 2016, o índice de todos os reféns liberados vivos e todos os policiais militares absolvidos!
ResponderExcluirMuito boa a iniciativa
ResponderExcluirPadrão,muito bom, excelente publicação, Deus continue abençoando sempre os OEs.Caveira!!
ResponderExcluirExcelente artigo,sintetizando a essência de um verdadeiro guerreiro de Operações Especiais.
ResponderExcluirSgt Cleiton Silva BOPE DF