Fotografia 6: Equipe
de Caçadores de Operações Especiais do DRC em posição realizando monitoramento
de alvo em ambiente rural (Fonte: Acervo do COpEsp). |
Quanto ao emprego tático das Equipes de
Caçadores de Operações Especiais, o Comando de Operações Especiais (COpEsp) se vale da preciosa peculiaridade
das Forças de Operações Especiais brasileiras, a capacidade híbrida de
conhecimento das tropas de Comandos e Forças Especiais, proporcionando ação
direta juntamente com inteligência operacional refinada. Essa possibilidade é a
principal vertente de emprego dos Caçadores de Operações Especiais, de tal
sorte que o COpEsp, atualmente, é referência nacional de planejamento e emprego
de Caçadores em Operações de Contraterrorismo, de Reconhecimento Especial e de
Combate Urbano. A contribuição das Equipes de Caçadores de Operações Especiais
para superioridade da informação, engajamento preciso e proteção da dimensão
total de uma área específica, pode ocorrer durante uma resposta à uma crise ou
para evitá-la, devido à grande rapidez e mobilidade estratégica do COpEsp e
sobretudo, ao planejamento concorrente, atualizado e constante preparo do Destacamento de Reconhecimento de Caçadores (DRC) e 5º Destacamento Operacional de Forças Especiais (5º DOFEsp).
A formação do Caçador de Operações Especiais
é atribuição do Centro de Instrução de Operações Especiais (CIOpEsp), OM
subordinada ao COpEsp. O CIOpEsp é o único Estabelecimento de Ensino no Brasil
formador dos Caçadores de Operações Especiais, matriculando anualmente alunos
das Forças Armadas e dos Órgãos de Segurança Pública. Todos, obrigatoriamente,
com as habilidades de Operadores Especiais. O curso ministrado no CIOpEsp
difere de outros cursos de Caçador no Brasil justamente pelo caráter peculiar
das Operações Especiais. Com duração de 7 semanas, a atividade de ensino possui
um rigorosíssimo teste de entrada e seu plano disciplinar abrange desde
matérias específicas da técnica de tiro do Caçador até o planejamento de
Operações de Ação Direta seletiva e de Contraterror, capacitando caçadores e
controladores. O ambiente das instruções favorece a perfeita formação técnica
do Caçador, para que nas fases de emprego tático o aluno possua uma vasta gama
de conhecimento para ser utilizada como ferramentas para o cumprimento da
missão e com alta flexibilidade, característica das Operações Especiais. A
atualização pedagógica e doutrinária dos instrutores é constante e baseada em
intercâmbios, cursos realizados em outros países e, sobretudo, das experiências
colhidas no Brasil.
Com o passar do tempo verificou-se que na
maior parte das operações desempenhadas, fez-se necessário o emprego de mais de
uma Equipe de Caçadores em uma mesma Área de Operações. Surgiu então a
necessidade de um elemento de coordenação dessas equipes, o Controlador. Esse
militar, que deve ser conhecedor das diversas peculiaridades e, principalmente,
do emprego tático do Caçador, tem como principal atribuição estabelecer a
ligação entre as equipes dispostas no terreno e o escalão superior, assim como
aos demais elementos operacionais presentes. Além disso, é o Controlador das
Equipes de Caçadores de Operações Especiais quem assessora quanto ao preparo e
emprego atinentes a esses elementos. No COpEsp, os controladores, via de regra,
são os oficiais comandantes do DRC e do 5º DOFEsp. Eles compões uma célula de
comando e controle, capaz de realizar as ligações operacionais e logísticas necessárias
entre as equipes em posição, bem como com o escalão superior e contribuir
significativamente no esforço de obtenção e produção de conhecimento em tempo
real.
Modernos sistemas de coordenação e controle
de Caçadores são empregados pelos controladores das equipes de Caçadores com a
finalidade de garantir a identificação positiva da ameaça por parte do Gabinete
de Crise e uma sinalização correta para a neutralização da ameaça,
proporcionando a esse coordenador a visualização dos cenários observados por
todas equipes empregadas. A utilização de equipamentos de comunicações de alta
tecnologia digital agregada permite que as Equipes possam reportar com precisão
e em tempo real diversas informações que conferem não só ao Escalão Superior
mas principalmente aos demais elementos operacionais desdobrados no terreno uma
ampla consciência situacional e segurança para as ações.
Por todos esses aspectos pode-se observar que
o emprego das Equipes de Caçadores de Operações Especiais é extremamente
relevante no cenário atual em que as Forças de Defesa e Segurança do Brasil
estão envolvidas e que ainda estão por vir. Propiciar a melhor consciência
situacional ao Escalão Superior, evitar a ocorrência de uma crise
proporcionando segurança para outros destacamentos e, se for necessário, atuar
de maneira incisiva para a proteção da vida de outrem, seja ele combatente ou
não, passaram a ser tarefas primordiais das Equipes de Caçadores de Operações
Especiais do DRC e 5º DOFEsp. Para tanto é necessário um adestramento tão
peculiar e detalhado quanto o preciosismo característico de um Caçador, de tal
sorte que o emprego tático de uma fração de efetivo tão reduzido, mas com
amplas habilidades, possa evitar drásticas consequências estratégicas. Assim
sendo, o Comando de Operações Especiais do Exército Brasileiro, por meio do
Destacamento de Reconhecimento e Caçadores e do 5º Destacamento Operacional de
Forças Especiais, se nivela com consagradas tropas congêneres internacionais,
devido ao fato de possuir frações específicas, que interagem livre de
personalismos e vaidades, responsáveis por desenvolver e executar a doutrina
dos Caçadores de Operações Especiais no seio do Exército Brasileiro e,
complementar sobremaneira o escopo das missões atribuídas ao Comando de
Operações Especiais mantendo como foco os ideais dos Comandos e Forças
Especiais do Brasil.
*O capitão HB é oficial do Exército Brasileiro, possui Curso de
Caçador de Operações Especiais e de diversos outros cursos e estágios na
habilitação do tiro de precisão de longa distância. Foi instrutor do Curso de
Caçador de Operações Especiais e integrante do DRC durante a metade da sua
vida profissional após sua formação acadêmica. Executou todas as funções
possíveis para um oficial Comandos e Forças Especiais com habilitação de
Caçador de Operações Especiais. Teve oportunidade participar de diversas missões
de vulto no Brasil e no Haiti, todas elas integrando EqpCçdOpEsp.
muito bom o blog
ResponderExcluirse puder falar sobre os 'novos' fuzis ia2 ,eu agradeceria.
ResponderExcluir