O Tático Integrado de Grupos de Repressão
Especial (TIGRE), unidade de elite da Polícia Civil do estado do Paraná,
encontra-se sediado em uma rua tranquila do tradicional bairro do Portão, zona
oeste da capital paranaense. Localizada ao lado da Escola de Polícia,
instituição responsável pela formação dos agentes da Polícia Civil do Paraná, a
sede da unidade conta com sala de briefing, sala de inteligência, uma
central de interceptação telefônica, alojamentos, arsenal, além de uma sala de
musculação muito bem equipada. Os policiais do TIGRE podem contar ainda com uma
pista de obstáculos, bem como um simulacro de residência onde realizam
treinamento de técnicas de Confronto em Recinto Confinado.
Comandado por um Delegado de Polícia, o TIGRE
é composto por um adjunto, responsável pelo trabalho administrativo, e por
quase trinta delegados e policiais, organizados em duas “Células”, sendo uma de
Apoio e outra de Intervenção Tática.
A Célula de Apoio é composta por
Unidades de Investigação, Inteligência e Logística. Enquanto a Unidade de
Investigação conduz investigações de sequestros, e de todos os elementos neles
envolvidos, a Unidade de Inteligência se responsabiliza pela coleta, análise e
cruzamento das informações, ficando à cargo da Unidade de Logística a administração
da sede, a manutenção dos veículos, bem como a tarefa de analisar e promover a
constituição de novas equipes.
Por sua vez, a Célula de Intervenção Tática
reúne três Unidades Táticas, com um Delegado e sete Agentes, além de uma Seção
de Atiradores de Precisão, composta por três agentes (uma para cada Unidade
Tática). Invariavelmente, uma entre as três Unidades Táticas permanece em
estado de prontidão no interior da sede, apta a responder à qualquer
eventualidade. Estando uma das equipes em estado de prontidão, uma segunda
equipe se coloca no segundo nível de prontidão, uma vez que em sendo a unidade
chamada a atuar em regiões distantes de Curitiba, será esta segunda equipe
àquela que responderá à ocorrência fora da capital.
Adicionalmente às suas tarefas operativas,
alguns agentes têm responsabilidades paralelas, desempenhadas com a finalidade
de garantir o bom funcionamento da unidade, entre elas: Chefe de Investigação;
Chefe de Manutenção; Chefe de Logística; Coordenador de Instruções; Técnico em
explosivos; Atendimento Pré Hospitalar; Chefe da Seção de Atiradores de
Precisão. É importante destacar que o TIGRE possui pelo menos um agente com
formação médica capacitado a lidar com situações de emergências, além de contar
com outros policiais com conhecimentos básicos em primeiros
socorros.
Para ingressar no TIGRE, obrigatoriamente, o
candidato deve ser agente ou delegado com prestação de serviços de pelo menos
dois anos comprovada. Além disso, deve apresentar autorização de seu chefe ou
comandante para participar do curso de formação.
É importante esclarecer que para integrar a
unidade o candidato, necessariamente, deve ser aprovado no Curso de Operações
Táticas Especiais (COTE), um processo seletivo e de formação totalmente
centrado em intervenções táticas de combate urbano. O curso, com duração que
pode variar entre 40 e 46 dias, é dividido em três fases distintas: Fase de
Endurecimento (constituída por intensas provações físicas e psicológicas,
desenvolvida com a finalidade de colocar à prova os limitas das capacidades
humanas dos candidatos); Fase Técnica (onde são ministrados ensinamentos
inerentes às técnicas de tiro tático, entradas dinâmicas, combate em ambiente
urbano, progressão sob fogo, combate corpo a corpo, natação operacional,
medicina de combate, e emprego de artefatos explosivos); Fase de Missão (nesta
última etapa da preparação os alunos são instados a aplicar todo o conhecimento
assimilado nas fases anteriores em diferentes exercícios e simulações de
combate.
Continua...
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