Texto elaborado por Rodney Alfredo Pinto Lisboa.
Dividida em cinco territórios distintos,
compreendendo a Cochinchina, Annan e Tonquim (regiões sul, central e norte do
Vietnã, respectivamente), além do Laos e do Camboja, a Indochina Francesa
(assim conhecida por ocasião dos eventos ocorridos durante a Segunda Guerra do
Ópio [1856-1860]) foi palco de um dos maiores conflitos armados travados na
segunda metade do século XX. Localizada na região sudeste da Ásia, a Indochina
viu arrefecer a administração francesa no decorrer da Segunda Guerra Mundial
(1939-1945) quando a França foi levada a render-se perante a ameaça
representada pela Alemanha Nazista. Estando o governo francês isolado na cidade
de Vichy (cidade sede das Forças Livres Francesas que lutavam contra
a ocupação do país pelos alemães), a administração colonial na Indochina
mostrava-se frágil e deteriorada em virtude da incapacidade do governo central
de prover qualquer auxílio às possessões asiáticas.
Aproveitando-se
da fragilidade francesa na região, o Japão, que juntamente com a Alemanha e a
Itália compunha as forças do Eixo, tomou o controle da Indochina em março de
1945. Posteriormente, com a rendição das tropas japonesas, que colocou ponto
final nas hostilidades da Segunda Grande Guerra, movimentos nacionalistas, que
haviam se unido para criar a Frente pela Independência do Vietnã (Vietminh), invadiram a cidade de Hanói
(futura capital do Vietnã do Norte) assumindo o controle sobre região norte do
país e proclamando a República Democrática do Vietnã em setembro de 1945.
Através
da Conferência de Potsdam (Alemanha) realizada em 1945, as grandes potências
concordaram que tropas britânicas (ao sul) e chinesas (ao norte) fossem
encarregadas de organizar a retirada das tropas japonesas da Indochina.
Contando com a colaboração britânica, a França foi reintroduzida no território
indochinês retomando a administração na região sul. Embora incomodado com a
presença francesa, Ho Chi Minh (líder do Partido Comunista e chefe do governo
norte-vietnamita) fez um acordo com a França, permitindo a presença temporária
de tropas no sul desde que os franceses reconhecessem a legitimidade da
República Democrática do Vietnã e estabelecessem um prazo para a retirada de
suas tropas. Entretanto, esse tratado foi ignorado em virtude da persistência
francesa em manter um governo colonial na Cochinchina. A posição tomada pela França
foi o estopim para o conflito entre as tropas francesas e o Vietminh, que recebeu apoio substancial
da China e da URSS.
Nos primeiros anos da década de 1950, o
impasse gerado pela divisão do território vietnamita em dois governos
antagonistas (a República Democrática do Vietnã no norte e o governo colonial
francês no sul) levou as tropas francesas a conduzirem uma ofensiva que
confrontaria o poder de fogo francês contra a capacidade de um exército formado
essencialmente por camponeses. Contudo, em maio de 1954, os franceses foram
subjugados pelos vietcongues na pista de pouso de Dien Bien Phu, localizada a
300km a oeste de Hanói. Finalmente, em julho do mesmo ano, por ocasião da
Conferência de Genebra (Suíça), tratativas entre a França e o Vietminh acabaram por definir um acordo
militar que dividia o Vietnã na altura do paralelo 17, originando a República
do Vietnã (Vietnã do Sul [sob controle francês]) e a República Democrática do
Vietnã (Vietnã do Norte [sob autoridade de Ho Chi Minh]).
Iniciada a década de 1960, John Fitzgerald
Kennedy, então presidente dos EUA, mostrava-se preocupado com a crescente
influência comunista no Vietnã. A formação da FNL (Frente Nacional para
Libertação do Vietnã [cujos combatentes ficaram conhecidos pelo termo “vietcongue”)
tornou ainda mais frágil à situação sociopolítica do Vietnã do Sul, à medida
que os vietcongues atacavam guarnições de segurança do governo principalmente
nas regiões mais afastadas das grandes cidades. A vulnerabilidade do
autoritário e incipiente governo sul-vietnamita levou o presidente Ngo Dinh
Diem a decretar estado de emergência e solicitar maior apoio militar aos EUA.
Atendendo ao apelo do governo sul-vietnamita,
em 1961 Kennedy enviou quadros operacionais do 1st SFG-A para treinar o
exército daquele país em táticas de guerrilha. Embora tenham desembarcado
oficialmente em solo vietnamita apenas no final da década de 1950, quadros
operacionais das FEsp (Forças Especiais) estadunidenses já atuavam na região
provendo consultoria ao ERV (Exército da República do Vietnã) desde o início
dos anos 1950.
Para se prepararem adequadamente para o
conflito, as FEsp norte-americanas absorveram os ensinamentos do GCMA (Grupamento
de Comandos Mistos Aerotransportados [Groupement
de Commandos Mixtes Aéroporté]) francês nas ações levadas à efeito por
ocasião da Primeira Guerra da Indochina (1946-1954), bem como da luta contra insurgente
efetuada pelo destacamento de Malayan
Scouts e operadores do SAS (Serviço Aéreo Especial [Special Air Service]) britânico na Malásia. A expertise francesa
evidenciou a relevância da organização de guerrilhas étnicas, enquanto a
experiência britânica apresentou-lhes as bases da doutrina insurrecional, segundo
a qual era necessário reunir a população nativa em aldeias denominadas “povoados
estratégicos”, para, posteriormente, cortar as linhas de suprimentos dos insurretos,
levando o combate para o coração da selva onde os nativos recrutados dominavam
o terreno.
Com a morte de Kennedy em 1963, Lyndon
Johnson assumiu a presidência dos EUA focando a questão do Vietnã como decisiva
para conter o avanço do comunismo na Ásia. Ele não apenas intensificou o
auxílio militar dado ao Vietnã do Sul, como também autorizou ações clandestinas
de tropas norte-americanas contra alvos do Vietnã do Norte. O envolvimento
efetivo dos EUA na Guerra do Vietnã (1955-1975) deu-se a partir de 30 de julho
de 1964, em virtude de um suposto ataque realizado por forças norte-vietnamitas
contra o USS Maddox, contratorpedeiro estadunidense que patrulhava o golfo de
Tonquim. Em represália, a Força Aérea norte-americana (US Air Force) bombardeou
o território do Vietnã do Norte dando início à guerra aérea.
O
Vietnã era constituído, em grande parte, por minorias étnicas tribais que eram
ignoradas pelo governo do Vietnã do Sul. Valendo-se dessa fragilidade, o
vietcongue impunha sua autoridade explorando e cooptando essas minorias. Com o
intuito de minimizar a influência inimiga, expandir a presença do governo, e
trazer a população carente para a luta nacional, as forças de defesa optaram
por empregar ElmOpEsp (Elementos de Operações Especiais) norte-americanos para
organizar forças locais de autodefesa compostas por membros dessas comunidades
tribais.
No
Vietnã as atividades das FEsp norte-americanas concentravam-se em duas áreas
principais: ações nas montanhas da região central do Vietnã; operações secretas
conduzidas no Laos e no Camboja (em um tratado formalizado em 1962, os EUA e o
Vietnã do Norte se comprometiam a respeitar a neutralidade desses dois países
asiáticos). Em 1964, ano em que a guerra começou a se intensificar, o
contingente de tropas especiais dos EUA presente no Vietnã já havia treinado
cerca de 1.900 montagnards (termo
usado para designar os povos nativos da região das montanhas centrais do Vietnã)
com o objetivo de emprega-los no programa CIDG (Grupo de Defesa Irregular
Civil [Civilian Irregular Defense Group]),
destinado a defender as aldeias e emboscar o movimento vietcongue e o EVN
(Exército do Vietnã do Norte).
No
ano seguinte, as FEsp organizaram a primeira “Força MIKE” (Força de Ataque
Móvel [Mobile Strike Force Command]),
composta por 1.800 guerreiros tribais mais bem preparados que os integrantes
das CIDG. Agindo como uma força de reação rápida, cabia à Força MIKE a execução
de patrulhas de reconhecimento, busca e destruição de tropas/alvos inimigos.
No
início da guerra, os ElmOpEsp do 1st, 5th e 7th SFG-A foram engajados no
conflito. Contudo, a partir de 1965 todas as OpEsp à cargo do Exército passaram
a ser de responsabilidade do 5th SFG-A. Ainda que tenham se envolvido em
inúmeras situações de combate, as FEsp também dedicaram-se às ações de
desenvolvimento social (construção de rodovias, pontes, postos de saúde, entre
outros), a maior parte delas realizadas na região das montanhas centrais com o
objetivo de garantir suporte às tribos montagnards.
Enquanto
durou a guerra, o Exército dos EUA e suas FEsp valeram-se de métodos distintos
para o desempenho de suas funções. Enquanto o Exército posicionava-se de
maneira favorável ao governo sul-vietnamita para ganhar apoio da população
civil, as FEsp, por sua vez, operando em uma região onde o governo tinha pouco
controle, acabavam por ocupar o papel que, na teoria, seria do governo, fato
que fez com que as FEsp angariassem a simpatia e o apoio das populações
tribais.
Operações
de inteligência conduzidas pela CIA (Agência Central de Inteligência [Central Intelligence Agency])
identificaram a existência de tropas norte-vietnamitas operando em terreno
laociano e cambojano. Essa descoberta precipitou a necessidade de dispor homens
para confrontar as forças inimigas além das fronteiras do Vietnã do Sul com o
Laos e o Camboja (países considerados neutros). Para esse fim, em 1964 seria constituído
o SOG (Grupo de Estudo e Observação [Studies
and Observations Group]), unidade dirigida pelo MACV (Comando Militar de
Assistência ao Vietnã [Military
Assistance Command, Vietnam]). Composta de forma heterogênea, o SOG era
composto por dois ou três militares norte-americanos qualificados como FEsp,
responsáveis por recrutar e treinar dezenas de habitantes locais para que
pudessem realizar missões de reconhecimento e sabotagem contra os vietcongue e
o EVN. As missões desempenhadas pelos membros do SOG no Laos e no Camboja eram
designadas por seu nome código, Daniel Boone (posteriormente Salem House) para
o Laos, e Pikes Hill para o Camboja.
Criadas
em decorrência do programa Phoenix, idealizado pela CIA no intuito de identificar
e eliminar a organização político-administrativa vietcongue), as PRU (Unidades
de Reconhecimento Provisórias [Provisional
Reconnaissance Units]) tinham a tarefa de recrutar e formar, valendo-se de
operadores SEAL e FEsp norte-americanos, pequenas unidades compostas por
nativos, mercenários e desertores da FNL para eliminar integrantes e militantes
do vietcongue.
A
partir de 1970, o 5th SFG-A começou a reduzir gradativamente suas atividades
operacionais, dando início ao processo de retirada de seu contingente do território
vietnamita, fato que ocorreria definitivamente em março do ano seguinte. Entretanto,
operadores da unidade continuariam a participar de operações de inteligência
até a derrocada do governo sul-vietnamita, ocorrida no final de abril de 1975.
Referências
ROTTMAN,
Gordon L.; VOLSTAD, Ron. US Army Special
Forces 1952-84. Elite Series 4. Oxford: Osprey Publishing, 1999.
THOMPSON, Leroy. U.S. Special Operations Forces in the Cold War. The G.I. Series.
London: Greenhill Books, 2002.
WIEST;
Andrew; McNAB, Chris. A História da
Guerra do Vietnã. São Paulo: M. Books, 2016.
Meu nome é joão paulo, sou um patriota, meu pais(Brasil) esta nas mãos dos comunistas desde 1985, vejam no que se transformou!!!é justo?, não esta na hora de prende-los? tenho noção de como atirar,e estou a disposição do exercito, lembrando que a comunistas estão entre vcs, eles terão que ser identificados, to cansado dessa putaria!!! eu amo o meu Brasil contato email-jpdrun@yahoo.com.br
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