O termo “Inteligência”
é empregado, genericamente, para definir o conjunto de informações coletada,
organizada ou analisada de modo a atender às demandas de um tomador de decisão. No
âmbito militar, constitui atividades especializada, exercida sistematicamente
com o intuito de produzir e/ou salvaguardar informações sensíveis aos
interesses do Estado. Nesse contexto, a atividade de Inteligência busca obter,
de forma rápida e oportuna, dados relevantes acerca da AO (Área de Operação) e
capacidades do inimigo, de maneira a permitir que os decisores (civis e
militares) possam tomar consciência das características inerentes àquela
conjuntura. Assim, quanto maior for a quantidade de conhecimento disponível e
mais eficiente for o processamento desses dados, melhores serão as condições
para que o comando da operação possa definir a tipologia, ritmo e amplitude da
ação a ser executada.
Considerada
como um requisito de fundamental importância para o planejamento e execução de
operações militares em todos os níveis (político, estratégico, operacional e
tático), a Inteligência é conduzida a partir de duas atividades
interdependentes: Inteligência (vocacionada para a produção de informações
críticas com potencial para afetar o processo decisório) e Contra-Inteligência (visa
a detecção, identificação e neutralização/prevenção de ações de inteligência
adversa).
Em
termos organizacionais, a Inteligência encontra-se estruturada em um “Ciclo
de Inteligência” constituído por diferentes estágios: 1. Requerimentos
informacionais; 2. Planejamento; 3. Gerenciamento dos meios técnicos de coleta;
4. Coleta a partir de fontes singulares; 5. Processamento das informações; 6.
Análise das informações; 7. Produção de relatórios, informes e/ou estudos; 8.
Disseminação dos conhecimentos; 9. Utilização dos conhecimentos pelos usuários;
10. Avaliação (feedback).
A
captação dos dados de Inteligência é obtida por métodos distintos e
especializados, entre os quais destacam-se:
- HUMINT (Inteligência Humana) – Informações obtidas mediante esforço demandado por seres humanos, obtidas por agentes dos Serviços de Inteligência, ou mediante depoimento/declaração de pessoas neutras, amigas ou hostis;
- IMINT (Inteligência por Imagem) – Informações levantadas a partir de imagens captadas por satélites e/ou aeronaves;
- SIGINT (Inteligência de Sinais) – Informações angariadas através da interceptação de sinais de comunicação de pessoas (COMINT [Inteligência de Comunicações]) e/ou máquinas (ELINT [Inteligência Eletrônica]);
- OSINT (Inteligência de Fontes Abertas) – Informações adquiridas em fontes públicas, como: jornais, revistas, sinais de rádio e TV.
Quando
considerada pela perspectiva das OpEsp, a Inteligência deve, necessariamente, fornecer
informações que vão além das solicitações das tropas regulares. Os métodos de Ação Direta requerem dados específicos relacionados às particularidades do terreno, condições climáticas e capacidades de combate do inimigo. Por sua vez, os métodos de Ação Indireta necessitam de dados relacionados à dinâmica político-econômica e sociocultural do ambiente operacional. Ambos os métodos requerem atualização contínua de
dados para nortear seu planejamento e execução em virtude da complexidade e
elevado grau de sensibilidade das missões que os distinguem.
As
FFAA norte-americanas empregam o termo “tooth
to tail” (dente à cauda) para designar a quantidade de militares empregados
para fornecer apoio (cauda) aos soldados distribuídos no campo de batalha (dente)
com a missão de neutralizar as forças inimigas. Essa expressão é adotada como
indicativo do poder real de uma força militar em relação aos recursos por ela
oferecidos às tropas em combate. Considerando os Estados que empregam suas
unidades de elite como uma alternativa estratégica, salientamos, que estando
engajada em uma operação, uma única equipe de 12 ElmOpEsp pode requerer uma
intrincada estrutura de apoio direto e/ou indireto de todo o aparato militar e de
inteligência do Estado que a patrocina. Para tanto, um dos fatores que
contribuem substancialmente para o resultado de engajamentos dessa ordem é a
disponibilidade, em todos os níveis de comando, das capacidades C4ISR (Comando,
Controle, Comunicações, Sistemas de Computador, Inteligência, Vigilância e
Reconhecimento).
Embora
demande de intensos recursos de inteligência, as FOpEsp também podem colaborar
levantando informações relevantes, sobretudo, quando operam em missões de
Reconhecimento à centenas de quilômetros no interior do território inimigo. Indiretamente,
as tropas especiais podem, por ocasião das relações construídas com a população
do local onde operam, coletar dados valiosos procedentes de HUMINT.
Em
decorrência da GWOT (Guerra Global contra o Terrorismo) e do ambiente intimidador
gerado pelas “novas ameaças” (crime organizado; tráfico de drogas; tráfico de
armas; pirataria; degradação ambiental; fluxo migratório, entre outras) junto à
comunidade internacional, a demanda de Inteligência das OpEsp só tende a
aumentar e incrementar.
Há uma necessidade, e não de hoje, de fazer com que exista uma inteligência com recursos a atender ao acessoramento de qualidade. Há um descaso, principalmente nas ações policiais contra o tráfico de drogas.
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