segunda-feira, 25 de abril de 2016

Capacidades Físicas e Psicológicas no Desempenho de Técnicas CQB (Parte 1)

Adaptação de artigo publicado por Rodney Alfredo Pinto Lisboa na Revista Marítima Brasileira, v. 134, n. 10/12, p. 77-90, 2014.

A modalidade de guerra não convencional, levada a efeito por FOpEsp exige de cada um de seus membros um conjunto de habilidades heterogêneas que dependem, necessária e fundamentalmente, do condicionamento das capacidades físicas e psicológicas para o desempenho eficiente de suas respectivas funções nos níveis em que elas são requeridas.
Nas operações de retomada e resgate, as dependências internas do espaço (móvel ou imóvel) apreendido por forças adversas apresentam inúmeras dificuldades, que além de ampliar a tensão em virtude do combate iminente, limitam as opções de deslocamento e visão em virtude das dimensões reduzidas, forçando o enfrentamento das forças antagonistas em espaços bastante restritos, potencializando ainda mais uma atmosfera repleta de tensão e imprevisibilidade.
Cientes de que em situações de confronto armado o despreparo pode ser causa de comprometimento operacional e fatalidade, este texto propõe analisar os aspectos relacionados aos procedimentos adotados pelo destacamento de assalto durante as manobras de incursão e varredura de áreas internas invadidas e/ou controladas por elementos adversos. Para tanto, buscamos identificar e compreender as ações de “Combate em Ambiente Confinado”, modalidade de confronto armado conhecida internacionalmente pelo acrônimo CQB (Close Quarter Battle), a fim de avaliar a influência das capacidades físicas e psicológicas na performance de execução das ações de confronto armado aproximado no decorrer de um engajamento que busca restituir a segurança do local e de eventuais reféns eliminando a ameaça.


Fotografia 1: Integrantes da HRT (Equipe de Resgate de Reféns) do FBI participam de exercício CQB no Centro de Treinamento Tático em Quantico, Virginia. (Fonte: Disponível em: https://www.washingtonpost.com/world/national-security/inside-the-fbis-secret-relationship-with-the-militarys-special-operations/2014/04/10/dcca3460-be84-11e3-b195-dd0c1174052c_story.html Acesso em: 23 abr. 2016).
Cientes de que em situações de confronto armado o despreparo pode ser causa de comprometimento operacional e fatalidade, este texto propõe analisar os aspectos relacionados aos procedimentos adotados pelo destacamento de assalto durante as manobras de incursão e varredura de áreas internas em instalações controladas por elementos adversos. Para tanto, buscamos identificar e compreender as ações de “Combate em Ambiente Confinado”, modalidade de confronto armado conhecida internacionalmente pelo acrônimo CQB (Close Quarter Battle), a fim de avaliar a influência das capacidades físicas e psicológicas na performance de execução das ações de confronto armado aproximado no decorrer de um engajamento que busca restituir a segurança do local e de eventuais reféns eliminando a ameaça.    
Embora a doutrina de emprego das técnicas CQB utilizadas pelas FOpEsp ao redor do mundo sejam basicamente as mesmas, com sutis diferenças umas das outras, algumas particularidades devem ser levadas em conta quando da execução desses procedimentos. O primeiro fator a ser considerado é a necessidade de inserir o destacamento de assalto na área alvo. Outro fator de relevância enfoca as dimensões reduzidas de dependências internas. Também é necessário atentar para os materiais utilizados na construção das edificações, pois em situação de confronto armado esses materiais, submetidos a disparos e/ou explosões, podem produzir escombros que representam risco para a segurança dos operadores e eventuais reféns. Nas instalações marítimas e/ou embarcações, as anteparas de metal que constituem parte da estrutura através da qual as embarcações e instalações são construídas, favorecem o ricochete dos disparos potencializando o perigo. Também no mar, os procedimentos operacionais adotados, invariavelmente, encontram-se sujeitos às condições instáveis do mar. 


Fotografia 2: Quadros operacionais do GruMec realizando adestramento CQB em uma embarcação da Marinha do Brasil. (Fonte: Disponível em: http://www.taringa.net/posts/imagenes/17973830/GRUMEC-Tropa-de-Elite-de-Brasil.html Acesso em: 23 abr. 2016).
Compreendendo que o corpo humano é submetido a uma série de adaptações funcionais quando encontra-se em atividade física praticada em um ambiente de extrema tensão psicológica, este texto foca sua abordagem na consciência corporal (componente da tarefa físico-motora) que permite a execução dos atos motores especializados requeridos em situações de confronto armado aproximado. Também é nosso foco de interesse, analisar o estresse provocado pela atmosfera de ansiedade e medo (componente da tarefa psicológica), característica de uma operação de retomada e resgate, relacionando-o com a performance de execução dos métodos CQB.



3 comentários:

  1. Quais seriam as unidades de elite brasileiras?

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    1. O Brasil dispõe de diversas unidades de elite, distribuídas entre as Forças Singulares (Exército, Marinha e Força Aérea) e as Forças Auxiliares (Polícia Federal, Polícias Militar e Civil). No Exército temos o 1º Batalhão de Forças Especiais e o 1º Batalhão de Ação de Comandos. A Marinha conta com o GruMec (Grupamento de Mergulhadores de Combate) e os ComAnf (Comandos Anfíbios). A Força Aérea tem o Esquadrão Aeroterrestre de Salvamento, também conhecido como PARA-SAR. A Polícia Federal possui o COT (Comando de Operações Táticas). Nas Polícias Militares destacam-se, sobretudo, o BOPE (Batalhão de Operações Policiais Especiais) do Rio de Janeiro e o GATE (Grupo de Ações Táticas Especiais) de São Paulo. Nas Polícias Civis evidenciam-se, principalmente, o TIGRE (Tático Integrado de Grupos de Repressão Especial) do Paraná e a CORE (Coordenadoria de Recursos Especiais) do Rio de Janeiro.

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    2. muito obrigado,estou estudando para me tornar parte de algum desses,alguma sugestão

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