Adaptação do texto escrito originalmente por Linda Robinson, assessora
adjunta para a Segurança Nacional e Política Externa do Conselho de Relações
Exteriores dos EUA. (Disponível em:
https://www.foreignaffairs.com/articles/united-states/2012-11-01/future-special-operations
Acesso em: 12 abr. 2016).
Para que tenham
resultados positivos a longo prazo, a constituição de futuras parcerias de
assessoramento requerem profundas mudanças na forma como as OpEsp são
concebidas, financiadas e executadas. Tais alterações permitirão que os
ElmOpEsp trabalhem de forma integrada com outros componentes do governo
(incluindo unidades militares convencionais), conduzindo extensas campanhas que
se prolongarão por anos com a finalidade de obter efeitos favoráveis e
duradouros. Para tanto, as OpEsp devem criar modelos padronizados de
procedimentos operacionais tomando por referência resultados positivos obtidos
em experiências anteriores. Particularmente no caso das FOpEsp
norte-americanas, as consequências vantajosas advindas de operações
instituídas na Colômbia e nas Filipinas (respectivamente, em 1998 e 2001) são
exemplos de engajamentos profícuos. Em ambos os casos, atuando ao longo
de uma década com investimentos relativamente modestos, quadros operacionais
das FOpEsp estadunidenses trabalharam no intuito de desenvolver as capacidades
operacionais das forças de segurança colombiana e filipina, reduzindo
drasticamente não apenas a criminalidade, mas, sobretudo, as ameaças
insurgentes, terroristas e separatistas, contribuindo para a estabilização de
regiões nas quais os EUA tem grande interesse.
Mesmo
países com longa e destacada tradição no emprego de FOpEsp, apresentam
dificuldades para viabilizar as ações de suas tropas especiais. Nos EUA, tanto
o Congresso quanto o Departamento de Defesa financiam as unidades de elite
estadunidenses de forma fragmentada, com várias fontes de financiamento
diferentes se responsabilizando pelo orçamento que cresce e expira anualmente.
A demora na viabilização dos recursos é outro entrave. Missões de estabilização
prolongadas, geralmente, requerem a aprovação do Departamento de Estado, o que determina uma tramitação burocrática que pode se estender por até dois anos
por se tratar de uma operação de assistência a um país estrangeiro. Embora a
supervisão de um departamento destinado à gerenciar as relações internacionais
de um Estado seja crucial nesses casos, também é essencial, dada as
características das ações em que as FOpEsp se envolvem, que os recursos
financeiros sejam destinados a elas de forma rápida e eficiente.
Em âmbito internacional, é imperioso que a sociedade civil desenvolva uma cultura de valorização de suas
FFAA como instituições imprescindíveis para assegurar a soberania do Estado.
Nesse sentido, considerando o cenário de enfrentamento contemporâneo, cuja
realidade determina que as forças de segurança estejam preparadas tanto para o
enfrentamento regular (convencional) quanto para modalidades de confronto
irregular, em todos os níveis de condução da guerra (Político, Estratégico,
Operacional e Tático), cabe aos militares conscientizarem-se acerca da urgência
de organizar, aprimorar e incrementar suas FOpEsp, sob risco de mostrarem
inépcia quando forem incitados a confrontar as denominadas "novas
ameaças" (crime organizado, tráfico de drogas, tráfico de armas, tráfico
de pessoas, pirataria, terrorismo transnacional, insurreições, proliferação de
armas de destruição em massa, entre outras). Assim, torna-se mister que todos
os militares (oficiais e praças), ao longo de seu processo de formação, sejam
devidamente instruídos e saibam como proceder quando o emprego de unidades de
elite se fizer necessário. Compreender para que se destinam as OpEsp, como
utilizá-las nas situações em que são indispensáveis, e como delas se valer para
produzir o máximo impacto nas missões onde são empregadas, são requisitos que a
sociedade castrense não pode prescindir. Para antecipar-se às situações de
crise, precedendo a iniciativa de elementos adversos, é condição sine qua non que as tropas especiais adotem uma
postura proativa em substituição ao engajamento reativo assumido em períodos passados.
Com as instituições civis e militares do governo trabalhando
conjuntamente com base no conceito de "interoperabilidade", é
fundamentalmente importante que os militares informem claramente a outros
órgãos do governo quais experiências suas FOpEsp adquiriram em determinada
situação, de modo que tais organismos possam auxiliar na concepção e
desdobramento de novas ações. Por sua vez, cabe aos órgãos civis do governo a
tarefa de mobilizarem-se no sentido de oferecer o suporte que lhes compete para
que as FOpEsp possam operar com a segurança e o embasamento que as operações
não ortodoxas requerem.
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