Adaptação do
texto publicado originalmente no site We Are The Mighty. (Fonte: Disponível em:
http://www.wearethemighty.com/articles/seal-team-6-delta-force Acesso em:
9 abr. 2016).
A aterradora imagem da queda das torres norte e sul do World Trade
Center, ocasionada pelo impacto de duas aeronaves comerciais de transporte de
passageiros sequestradas momentos antes por extremistas vinculados à al-Qaeda,
precipitou uma reação imediata por parte do governo norte-americano, que
incitou outras nações a unirem esforços para travar uma GWOT (Guerra Global
contra o Terrorismo). Assim, tropas estadunidenses e nações aliadas
mobilizaram-se para o enfrentamento em diferentes países, sobretudo, no
Afeganistão e no Iraque. Os acidentes naturais do relevo afegão apresentavam
características que inviabilizavam o emprego sistemático de tropas
convencionais, fato de levou os EUA a alicerçarem sua estratégia em ações
conduzidas por FOpEsp. Para o Pentágono (sede do DOD [Departamento de Defesa
norte-americano]) as operações realizadas pelos ElmOpEsp tinham tamanha
relevância, que em 2003 a GWOT passou a ser classificada como "Guerra
Centrada em Forças de Operações Especiais", passando o USSOCOM (Comando de
Operações Especiais dos EUA) a gerenciar todas as ações executadas no combate
ao terrorismo.
Embora todas as FOpEsp estadunidenses tenham sido engajadas na
GWOT, o DEVGRU (Grupo de Desenvolvimento de Guerra Especial Naval),
também conhecido como SEAL Team 6, e o 1st SFOD-D (1º Destacamento
Operacional de Forças Especiais-Delta [Força Delta]), por serem tropas
vocacionadas para as ações CT (Contraterrorismo), tiveram uma ampla e destacada
atuação, principalmente, nas campanhas do Afeganistão e do Iraque. Ambas são
consideradas como SMU (Unidades de Missões Especiais) e encontram-se sob
controle operacional do JSOC (Comando de Operações Especiais Conjuntas),
organismo vinculado ao USSOCOM destinado a executar operações em todo mundo com
o mais elevado nível de sigilo (podendo ser de natureza clandestina). Para
atender aos exigentes requisitos inerentes às suas tarefas de responsabilidade,
os quadros operacionais de ambas as unidades são submetidas aos mais rigorosos
processos de seleção e treinamento da comunidade OpEsp dos EUA. Assim,
considerando as características comuns que as aproximam, quais os aspectos que
as distinguem?
1.
Seleção - O 1st SFOD-D é uma tropa vinculada ao Exército, que seleciona seus candidatos,
sobretudo, nas fileiras das Forças Especiais (Boinas Verdes) e nas unidades de
infantaria da Força Terrestre. Contudo, poderão ser escolhidos candidatos de
outras FFAA, incluindo a Guarda Nacional e da Guarda Costeira. Por sua
vez, o DEVGRU promove seu processo seletivo exclusivamente com candidatos das
equipes SEAL da Marinha. Em ambos
os casos, caso o candidato não consiga cumprir com as exigências mínimas
requeridas, ele retornará para a unidade a qual pertencia anteriormente.
3.
Cultura - Os
operadores da Força Delta tendem a apresentar uma formação precedente bastante
diversificada dada a variedade se suas unidades de origem, fato que os leva,
quando aprovados pelo 1st SFOD-D, a aprender, reaprender e diversificar
conceitos para que todos estejam familiarizados e aptos a operar com sinergia
em um sistema de responsabilidade compartilhada. Por serem oriundos da
comunidade OpEsp da Marinha, os operadores do DEVGRU dispõem de uma gama de
conhecimentos previamente adquiridos nas equipes SEAL, passando a frequentar um
programa de treinamento muito mais intenso e exigente no que se refere às TTP
(Táticas, Técnicas e Procedimentos) visando engajamentos voltados para
operações CT.
4.
Missões - Na
prática, independente do terreno, ambas unidades têm capacidade para conduzir
qualquer OpEsp à cargo do JSOC. Entretanto, devido a afinidade com o ambiente
operacional, o 1st SFOD-D tem predisposição para operar em terra, como ocorreu
na missão que levou à morte de Abu Musab Al-Zarqawi (líder da al-Qaeda no Iraque)
em 2006. Conforme destacado anteriormente, o DEVGRU tem prerrogativa para
atuar no mar, como ocorreu na operação de resgate de Richard Phillips (Capitão
do navio porta contêineres Maesk Alabama), sequestrado em 2009 na costa
oriental da África por piratas somalis.
5. Exposição - Por
responsabilizarem-se pela execução de operações estratégicas extremamente
sensíveis, os ElmOpEsp das duas unidades não fazem questão de aparecer ou ter
os resultados de seus feitos divulgados, tenham eles redundado em êxito ou fracasso. Como profissionais 'silenciosos" que são, por mais complexo
que seja manter a confidencialidade na "era da informação", são
estritamente conservadores e esmeram-se na tarefa de resguardarem-se individual
e coletivamente.
Nenhum comentário:
Postar um comentário